Adoeceram alguns
dias antes do Natal de 1918, morreram com um ano de distância entre eles: S.
Francisco e Santa Jacinta Marto, a quem Nossa Senhora apareceu na Cova da Iria
em 1917, faleceram por causa da gripe espanhola.
Francisco
permaneceu sereno durante o decurso da doença, período durante o qual recebeu a
primeira Comunhão, tendo morrido a 4 de abril de 1919, antes de completar 11
anos. Jacinta sofreu durante um período maior e padeceu mais, falecendo a 20 de
fevereiro de 1920, no hospital D. Estefânia, em Lisboa, com apenas nove anos.
«Nestes longos
dias tenho pensado muito neles, nos pequenos videntes Francisco e Jacinta, que
precisamente há cem anos morreram prematuramente por causa da terrível epidemia
de gripe espanhola», explicou o P. Luca Roveda, que dirige uma unidade pastoral
na província italiana de Pavia.
Na oração, sentiu
que devia «escrever uma oração dedicada precisamente a eles, invocando-os
contra a pandemia de coronavírus», tendo submetido o texto ao bispo, «que o
aprovou e permitiu a divulgação, inclusive a nível diocesano».
O sacerdote
considera que se trata «da primeira súplica aos pastorinhos de Fátima escrita a
pensar na sua morte por epidemia. D. Conrado Sanguineti [bispo de Pavia]
expressou-me o desejo que fosse dada em particular aos catequistas e às
crianças da diocese».
O P. Roveda
manifestou a esperança de, com esta oração, «poder dar um pequeno contributo de
força espiritual» num momento «tão delicado» como o atual.
Oração aos Santos
Pastorinhos de Fátima contra a pandemia
P. Luca Roveda
Santos Jacinta e
Francisco, pequenos videntes de Fátima,
por singular graça
escolhidos por Maria Santíssima no seu Coração Imaculado
para se tornarem
grandes testemunhas da luz de Cristo,
a vós recorremos
hoje, neste momento de emergência sanitária, de dor e de prova.
Há cem anos, ó
santas crianças,
vós próprias
fostes atingidas pela terrível epidemia de gripe espanhola,
e carregastes com
fé no vosso corpo os sinais e as dores
do mal que
enfrentastes com maravilhosa fé até à morte cristã.
A nossa Mãe
Celeste tinha-vos anunciado a morte prematura,
associando-a à
paixão de Cristo pela salvação do mundo,
e vós, na doença e
na agonia,
testemunhastes com
a contínua oração a total adesão à divina vontade.
Hoje, um século
depois,
somos devastados
por uma outra terrível epidemia,
e dirigimo-nos a
vós com confiança,
para que, através
do Coração Imaculado de Maria,
que os vossos
olhos viram já aqui na Terra,
possais obter para
nós a saúde da alma e do corpo, uma fé forte,
e a capacidade de
sermos solidários com quantos estão na doença e na provação.
Vós que, com
sorriso gentil e mansidão de coração,
acolhestes os
tratamentos médicos,
assisti e protegei
todos os médicos e os agentes de saúde
no seu desmedido
esforço nesta luta contra a doença.
Protegei as nossas
famílias,
fazendo
redescobrir a beleza da oração recitada em conjunto,
e em particular o
Santo Rosário,
que vós apertastes
entre as mãos até ao último respiro.
Convosco, pequenos
pastorinhos, e com Maria Santíssima,
nossa Mãe e
Guardiã,
com total
confiança nos dirigimos a Jesus Cristo, nossa salvação,
que na luz pascal
vence o mal e a morte.
Ámen.
Alberto Chiara
In Famiglia
Cristiana
Trad.: Rui Jorge
Martins
Imagem: Santos
Francisco e Jacinta | D.R.
Publicado em
20.03.2020